
Você que está me lendo, que se considera um “millennial”, você notou que de uns anos para cá, você (provavelmente) ou pelo menos alguns de seus amigos passaram a cultivar suculentas, costelas de Adão, cactos, espada de São Jorge entre outras plantas que são mais resistentes do que a permanente falta de tempo que nos assola?
Perdemos o tempo para cultivar orquídeas e rosas e nos desconectamos um da natureza, sentimos falta do jardim e dos pés na grama e passamos a procurar plantas que necessitam o mínimo de sol, água e sobrevivam independente da estação.
Segundo estudos entre 2016 e 2018, nossa geração fez com que a venda de plantas domésticas aumentassem cerca de 50%, durante a pandemia o aumento desse mercado cresceu ainda mais.
Há quem diga que esse interesse da nossa geração por plantas domésticas vem através da mudança dos nossos hábitos, interesses e costumes.
Dizem que como nossa geração não deseja ter filhos “cedo”, nos teriamos transformado as plantas no nosso objeto de desejo e o cultivo delas seriam nosso movimento para satisfazer esse anseio de cuidar.

Os millennials, que vivem em zonas urbanas, ainda teriam um outro anseio — a necessidade de estar conectado a natureza — por isso, a necessidade de ter folhagens dentro de casa, algo que remeta a essa conexão de alguma forma, mesmo que em pequena quantidade ou para os que já consideram o hábito de cultivar plantas compulsório e até mesmo um vício, já tendo plantas o suficiente para que se possa sentir em uma mini floresta particular.
Não vim aqui para criticar o hábito de cultivar plantas. Eu mesma cultivo algumas no studio que estou morando hoje em dia, inclusive dei nomes e converso com elas e sim, elas são o que chamam de domésticas, aquelas que necessitam poucos cuidados, que não necessitam tanto sol, nem tanta água.
A natureza é resiliente, muitas vezes sem acesso a luz para fotossintese, mesmo se esquecermos de regar por dois ou três dias mas e você, tem se levado para andar descalço na grama, tomar sol e tomar banho de chuva?
Junto com nossos hábitos e necessidades mudam as plantas que cultivamos. Eu apenas estive pensando, eu gostaria de ter o tempo da geração que cultiva roseiras.
