Pensamentos · setembro 25, 2021

AMAR (O PRÓXIMO)

People line up to play on seesaws mounted on the US/Mexico border fence in Juarez, Mexico on July 28, 2019. Photo By Christian Chavez

Pode parecer um “papo hippie” dos anos 70 mas, eu amo você.  

Sim, você que eu conheço, ou não conheço, que esta lendo esse texto ou nāo. Eu amo você.  

Talvez, pela incapacidade de compreender completamente a ideia de “ame o próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:37-39) —antes que me pergunte: não, eu não sou uma pessoa religiosa— Reinventamos esse sentido do amor, ressignificando essa intençãodando seu significado a outra palavra: empatia.

Empatia, que é o movimento de nos mudar de posição, na tentativa de nos colocar no lugar do outro, para assim poder compreender suas atitudes e assim ser possível de acolhe-lo e afortunadamente, amá-lo. 

Existem quase 8 bilhões de pessoas no mundo, sei que é difícil se estabelecer na ideia de amar a qualquer próximo, aquele próximo que não conhecemos mas, pedindo licença a todas as possíveis razōes que nos impediriam de amar me questiono, o que faz com que na maioria das vezes odiar se torne mais fácil?

A construção dos mais diversos tipos de preconceito, como a misoginia, classismo, racismo, transfobia, capacitismo, xenofobia,são pautadas no não saber, no não conhecer e, assim, não conseguir respeitar, não conseguir amar.

Você não conhece, você não sabe quem é o outro mas, algo nele que é diferente de você te incomoda e contribui para que odiar o que é desconhecido ou não semelhante, seja mais fácil.

Não aprovo uma escolha, não consigo gostar de uma característica, não vejo como meu semelhante, então é inferior a mim, reprovo e não quero que aquilo exista. Então, é fácil repudiar e odiar o que nem mesmo seria uma ameaça.

Ainda com ideias não conclusivas de como não odiar o ódio. Nas minhas limitaçōes e medo, diante do desconhecido que eu penso que pode me ameaçar, quero aprender a escolher primeiro o amor.

Você é capaz de amar seu próximo sem conhecê-lo?

Eu, nascida no Brasil, país que segundo pesquisa elaborada pelo Global Peace Index (GPI) teria a população que mais teme a violência no mundo. País que também é considerado o que mais mata pessoas LGBTQIAP+e um dos países que mais registra feminicídio